Em julho deste
ano resolvemos fazer uma viagem pra algum lugar da América do Sul. Tentamos ir
para o Chile, Argentina ou Peru, mas por não termos programado com antecedência
e essa ser uma época de alta temporada, não conseguimos uma viagem por um preço
que valeria a pena. (É por este e outros motivos que sempre planejo minhas
viagens com pelo menos sete meses de antecedência. A de julho do ano que vem,
por exemplo, está fechada desde setembro deste ano e com isso conseguimos um
precinho digno de baixa temporada). Decidimos então ir para o sul do Brasil e
como sou louca por lugares frios escolhemos Gramado como destino principal. Para
ser sincera fiquei decepcionada com nossa escolha depois que compramos a
passagem. Como eu estava com Machu Picchu e Vale Nevado na cabeça, uma viagem
dentro do Brasil não estava lá enchendo meus olhos. Que tola!
Chegamos pelo aeroporto de Porto Alegre no
sábado, alugamos um carro (em uma locadora que prefiro nem recomendar) e lá iríamos
permanecer por dois dias. Sinceramente, dois dias para POA é demais, não façam
isso, a não ser que tenham amigos, parentes, etc. Que me desculpem os porto-alegrenses,
mas a cidade é bem sem graça e sem muita opção turística. Sorte deles que
Gramado fica a poucas horas.
Como o dia que
tivemos para passear por lá era domingo (demos um jeito de subir a serra na
segunda bem cedinho, adiantando o que tínhamos programado) estava quase tudo
fechado e por causa do frio de 4 graus célsius, as ruas estavam desertas. Resolvemos
pedir informação turística aos recepcionistas do hotel em que estávamos (razoavelmente
bom, porém não suficiente para ser indicado) e eles nos indicaram umas duas
praças, shopping centers e um tal de pôr do sol no gasômetro que, acreditem,
antes tivéssemos ido ao shopping.
Uma das praças/parques
indicados pelo recepcionista foi o Parque Farroupilha, também conhecido como
Parque da Redenção e foi o que fez nossa estadia em POA “valer a pena”. Esse
espaço foi doado à cidade em 24 de outubro de 1807 e inicialmente era chamado de
Campos da Várzea do Portão. Em 1884 a câmara propôs que seu nome fosse mudado
para Parque da Redenção em homenagem à libertação dos escravos do terceiro
distrito da capital. É um parque lindo e bem cuidado onde os residentes da
cidade frequentam para praticar esportes ao ar livre ou para descansarem tomando
um bom chimarrão. É uma delícia caminhar por lá, mesmo nos dias frios.
Para
subirmos a serra gaúcha, optamos pela rota romântica, que apesar de pouco mais
longa, é uma estrada linda e encantadora. Ao passarmos por Novo Hamburgo nos
deparamos com vários outlets, especialmente de calçados. Vale a pena parar para
fazer umas compras, pois o preço é bem convidativo. Ao longo da rodovia também
há muitas lojinhas de beira de estrada que vendem produtos locais.
Ao
chegarmos a Gramado fomos direto ao hotel para deixarmos nossa bagagem. Fiquei super
feliz com a escolha, pois o hotel é encantador, staff muito bem preparado para
receber turistas e muito receptivos. As instalações são incrivelmente aconchegantes
e confortáveis. Na área de lazer, além de um Fitness Center e um mini campo de
golfe, tem uma piscina aquecida muito gostosa com aulas de hidroginástica quase
todas as noites. O café da manhã é muito bem servido com muitos produtos
caseiros e saborosos. E aos intolerantes de plantão, tem pão sem glúten e queijos
e leite sem lactose, é só pedir para o garçom. Custo benefício nota 1000. O
nome do hotel é Bavária Sport Hotel e para mais informações clique AQUI.
Gramado
é uma cidade dos sonhos: é linda, limpa, cheia de verde, pessoas felizes e educadas,
arquitetura estilo europeu, frio polar (pelo menos no inverno) nem parece que
fica no Brasil que eu conheço. Fiquei maravilhada! Foi amor à primeira vista e já
não vejo a hora de voltar. Vale a pena andar pelo centrinho onde você
encontrará muitos restaurantes e cafés gostosos. Loja de chocolates artesanais
é uma a cada 50 metros, além de lojas de roupas e artigos em couro. Uma delícia
de lugar!
Pouco
mais afastado do centro encontramos o Lago Negro, um parque charmosíssimo com
um lago escuro repleto de cisnes. Lindo!
A
pouquíssimos quilômetros de Gramado, Canela é uma cidade pouco mais rústica,
porém não menos encantadora. Além da linda Catedral no centro da cidade, o
Parque do Caracol é um lugar cheio de cachoeiras onde você entra em contato com
a natureza desfrutando de belíssimas paisagens. Vale a pena passar a manhã inteira
explorando esse parque. Uma dica preciosa: vá de tênis e roupa confortável para
se exercitar (e suar). Para ver a cachoeira principal é necessário descer (e
obviamente depois subir) quase 800 degraus muito íngremes. É um exercício e
tanto, e requer o mínimo de preparo físico para realizar essa subida em pouco
tempo.
Canyon Itaimbezinho
Sinceramente,
pelas fotos não dá pra ter ideia da grandiosidade desse lugar. Indescritível!
Localizado em Cambará do Sul, cerca de 2 horas de Gramado (por favor, aluguem
um carro, vale muito a pena), o Parque Nacional Aparados da Serra
desfruta de um cânion absurdamente deslumbrante. A formação rochosa existe a
mais de 130 milhões de anos e é uma dos maiores do Brasil, atingindo 5.800
metros de comprimentos, largura que varia entre 200 e 600 metros e profundidade
máxima de 720 metros. Existem três trilhas para serem feitas com três vistas
diferentes. Infelizmente, por falta de tempo, só consegui fazer uma, a Trilha
do Vértice, que com menos de 1 hora de caminhada, te leva à borda do cânion com
uma vista incrível. A mais longa, a Trilha do Rio do Boi, permite acesso ao
interior do cânion, porém dura por volta de 7 horas de caminhada e é preciso
chegar bem cedo para segui-la, por esse motivo não consegui. Tênis, roupa
confortável e uma garrafinha d’água são essenciais para uma caminhada tranquila
e prazerosa.
De fato o Brasil tem muita coisa maravilhosa a ser explorada, e o Rio Grande do Sul é só uma delas...
Por Rane Miana
